O deputado estadual Luiz Fernando Guerra (PSL) solicitou a ampliação das investigações sobre a JMK aos outros órgãos públicos que mantém ou mantiveram contratos com a empresa para a manutenção de veículos oficiais. O pedido foi feito, nessa terça-feira (25), ao delegado-chefe da Divisão Estadual de Combate à Corrupção, Alan Flore, durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que analisa os contratos da JMK com o Governo do Estado.
“As investigações são de interesse da sociedade, por isso entendo necessária a ampliação para os demais órgãos que a JMK mantém contrato similar ao que firmou com o Governo do Estado”, disse Guerra.
O delegado Flore conduziu a operação Peça Chave que desvendou o esquema de fraudes nos contratos e apontou o prejuízo de cerca de R$ 125 milhões aos cofres públicos.
“A empresa montou um esquema complexo e sofisticado para fraudar as ordens de serviços do Governo do Estado e não há nenhuma garantia, ainda, de que o método não tenha sido replicado para os outros órgãos”, afirmou Guerra.
Guerra também pediu esclarecimentos sobre o quadro societário da empresa para verificar se há vínculo de sócios com agentes políticos e sobre os contratos da JMK com as oficinas terceirizadas. “Há indícios de que havia uma cláusula de incomunicabilidade entre as oficinas, o que facilitaria a fraude das notas e orçamentos”, ressaltou.
REUNIÃO – O delegado foi o primeiro convidado a depor na CPI da JMK e apresentou a cronologia das investigações e os resultados obtidos até agora. Também foi ouvido o delegado Guilherme Dias que conduz as investigações.
Segundo os delegados a investigação começou em 2018 e a fraude foi descoberta depois de uma força-tarefa para analisar ordens de serviço para conserto de viaturas. Ao todo são mais de 200 mil ordens de serviços, e até agora cerca de 10% delas foram analisadas.
“Detectamos fraude em 98% das ordens de serviços verificadas”, disse Dias.
Dias explicou que o contrato estabelecia que os serviços de manutenção dos veículos deveriam ser feitos pela empresa que apresentasse o menor preço, para isso a JMK deveria realizar três orçamentos. Em quase todos os casos analisados a primeira empresa que apresentava o valor era contratada para a execução do serviço. “Não realizavam os outros dois orçamentos e falsificavam os documentos. Se fossemos olhar apenas uma nota o caso passaria despercebido”, contou.
Os próximos passos seguem em sigilo para não comprometer o andamento dos trabalhos. A JMK era responsável por administrar a manutenção de mais de 15 mil veículos do Estado.
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